Ossos de vidro, coração de ouro

Antes mesmo de nascer, Isabel Ferraz de Andrade, de 11 anos, sofreu uma fratura. “O médico disse: ‘esse bebezinho tem problema’. Só que eu não sabia o que era”, conta a mãe Maria Aparecida Ferraz de Andrade. Com o término da gestação e o nascimento da menina, veio o diagnóstico: osteogênese imperfeita, uma enfermidade mais conhecida como “doença dos ossos de vidro”. Com ossos muito frágeis, ela sofre fraturas com muita facilidade e, na maioria das vezes, precisa de intervenções cirúrgicas.

Por causa do diagnóstico da menina, a família mudou de Maringá, no interior do Paraná, para Curitiba, para fazer tratamento no Hospital Pequeno Príncipe. Isabel tinha apenas 10 meses e, desde então, o Hospital se tornou sua segunda casa.

A menina já sofreu 17 fraturas e passou por 15 cirurgias. Mesmo assim, as lembranças do Pequeno Príncipe são as melhores. “Uma vez, estavam tentando pegar a minha veia, só que eu era muito pequenininha, e estava bem difícil. Aí, veio um palhaço que brincou comigo e me alegrou, e tudo deu certo. Eu fiz a medicação e fiquei bem”, relembra Isabel.

“Aqui, ela pode contar com profissionais de várias especialidades médicas. Além disso, tem muitas atividades educativas e culturais e eu recebo apoio do Programa Família Participante. O Pequeno Príncipe tem tudo o que precisamos”, enfatiza a mãe.

Como consequência da doença, Isabel tem apenas 93 centímetros de altura, mas um coração enorme, capaz de encarar tudo. “Eu quero voltar aqui no Hospital como médica endocrinologista e cuidar das criancinhas, para retribuir tudo o que já fizeram por mim”, planeja.

A menina dos ossos de vidro, mas do coração de ouro, tinha ainda outro sonho: conhecer o mar! A viagem ao Rio de Janeiro foi um presente dado a Isabel por uma empresa da área do turismo, parceira do Hospital.