Vicente acabou de completar 2 anos. A festa, com direito a balões, bolo e um animado “Parabéns a Você”, foi compartilhada apenas com os pais e um grupo pequeno de médicas e profissionais da enfermagem, em um quarto de UTI do Hospital Pequeno Príncipe. Além de comemorar o aniversário, Vicente tinha mais um grande motivo para festejar: ele enfrentou e venceu o coronavírus ao mesmo tempo em que se recupera de um transplante de medula óssea.

Vicente é um dos 11 pacientes atendidos na instituição com quadro confirmado de COVID-19. O primeiro caso suspeito da doença foi registrado no dia 4 de março. Desde então, foram investigados mais de 150 crianças e adolescentes. Segundo o médico infectologista Victor Horácio de Souza Costa Junior, dos 11 casos confirmados, quatro tinham outras enfermidades associadas. “Assim como tem sido com os adultos, os dois pacientes que ficaram em estado grave tinham outras comorbidades”, observa.

Costa Junior faz um importante alerta aos pais e cuidadores de crianças. Assim como em todas as outras doenças, ele enfatiza que o diagnóstico precoce faz muita diferença na condução do tratamento e nas chances de cura da COVID-19 em crianças. “Temos visto muitos meninos e meninas chegarem com quadros respiratórios e outras situações já graves, porque os pais tentaram resolver o problema em casa, medicando esses pacientes por conta. Isso mascara os sintomas e pode agravar os casos”, orienta. No Pequeno Príncipe foram criados fluxos de atendimento que separam os pacientes com suspeita de COVID-19 dos demais, garantindo assim a segurança das crianças e dos adolescentes atendidos na instituição e seus familiares.

Esse é um dos assuntos da 6ª edição do Pequeno Príncipe News – Edição especial COVID-19, que também traz uma matéria sobre a importância dos recursos financeiros para enfrentar o déficit gerado pela pandemia do coronavírus. A pandemia deve gerar um déficit estimado entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões à instituição, que se somará aos R$ 25 milhões já recorrentes, provocado pelo subfinanciamento do setor da saúde no Brasil. Preços elevados de insumos, materiais, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e medicamentos essenciais para o enfrentamento ao coronavírus, necessidade de aumentar os estoques, interrupção temporária de cirurgias eletivas e redução dos demais atendimentos decorrentes do isolamento social necessário, estão na raiz do problema.

A diretora executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro, fez um agradecimento especial pelo apoio recebido durante a pandemia. “Ficamos profundamente gratos a todos que ouviram o nosso chamado e, mais uma vez, estão engajados na causa da saúde infantojuvenil. A união entre o primeiro, segundo e terceiro setores está sendo fundamental para salvar vidas. Que essa pandemia reforce na sociedade brasileira a importância dessa união para resolver os grandes problemas que o nosso país ainda enfrenta, provocados pela desigualdade social e que se desdobram em tantas áreas, como saúde, educação e habitação. O Pequeno Príncipe, há 100 anos, promove a saúde das crianças e dos adolescentes com equidade e excelência. Temos a certeza de que esse esforço conjunto permitirá a continuidade do nosso trabalho, com saúde financeira”, destaca.

Boletim COVID-19
Por fim, o Pequeno Príncipe News apresenta um boletim informativo sobre os atendimentos de pacientes com casos suspeitos da COVID-19. Desde 4 de março até 5 de junho, o Hospital investigou 152 pacientes com suspeita da doença e 11 deles foram confirmados. Destes, em 5 de junho, dez estavam recuperados e, infelizmente, um foi a óbito.

Clique aqui e confira na íntegra as notícias da 6ª edição do Pequeno Príncipe News – Edição especial COVID-19.