Atendimento pediátrico pelo SUS: por que o financiamento é tão desafiador?
No Brasil, cerca de 75% da população depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter o seu direito à saúde e à vida garantido. Para sete em cada dez crianças, é a única alternativa de acesso a tratamentos de saúde, constituindo-se em uma política pública extremamente necessária para o país. Sozinhos, os hospitais públicos não conseguem atender os mais de 150 milhões de brasileiros que dependem do SUS. E é aí que entram os hospitais filantrópicos, como o Pequeno Príncipe, o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil.
Apesar da indiscutível relevância para o setor da saúde, os filantrópicos enfrentam grandes problemas financeiros, cuja raiz está no financiamento. “O modelo de pagamento por procedimento está baseado em um custo médico histórico, ou seja, é pago um valor médio para o mesmo diagnóstico, mesmo com evolução diferente. A questão é que a média histórica foi construída na década de 1980, baseada na medicina praticada naquela época. Além disso, não houve a correção dos valores de acordo com a inflação”, explica o diretor-técnico do Hospital Pequeno Príncipe, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.
Este é o tema da matéria principal da décima edição de 2022 do Pequeno Príncipe News, que também apresenta uma notícia sobre o engajamento da sociedade em ações generosas, que tem crescido em todo o mundo. A pesquisa World Giving Index 2022, realizada pela organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), mostra que mais pessoas doaram dinheiro para organizações sociais e ajudaram desconhecidos em 2021 do que em qualquer ano da década. Pelo quinto ano consecutivo, o país mais generoso no ranking da CAF foi a Indonésia; o Brasil ficou em 18.º lugar da lista, que conta com 119 países.
Por fim, o Pequeno Príncipe News apresenta detalhes a respeito de uma pesquisa que busca identificar como evitar recaídas no tratamento de leucemias com transplante de medula óssea (TMO). A incidência de recidiva após o transplante varia de 13% a 47%, dependendo do paciente, da doença e das características do transplante. No Pequeno Príncipe, cerca de 21% dos pacientes apresentaram recaídas. “Quando a criança tem uma recaída após o TMO, as possibilidades de tratamento com opções reais de cura se tornam escassas. Com essa pesquisa, queremos entender como tentar evitar essas recaídas, contribuindo para a melhoria das chances de cura desses pacientes”, pontua a médica e pesquisadora Polliany Pelegrina.