Ex-paciente, William está realizando o sonho de tornar-se um cantor lírico
William tem 19 anos e acabou de ser aprovado no vestibular da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Com sua voz potente, encanta todos que alcança com o seu canto lírico. Paciente com autismo, a família nunca desistiu de investir nos sonhos do jovem. “Não foi fácil, mas nós percebemos que ele precisava da nossa ajuda para saber viver em sociedade e enfrentar todas as dificuldades”, lembra a mãe, Luciane de Mello Correa. Hoje a família se sente realizada e deixa uma mensagem importante para aqueles que acabaram de descobrir o diagnóstico de espectro autista em suas crianças. “Não se desesperem. Os recursos são infinitos. E nunca subestimem seus filhos. O William encontrou o caminho dele no canto, mas todo mundo tem gostos, tem sonhos. E nós precisamos auxiliá-los nesse caminho, que é totalmente possível”, enfatiza.
O autismo é um espectro, ou seja, cada pessoa experimenta diferentes combinações e traços em diversas intensidades. Trata-se de uma condição grave que afeta diferentes áreas do desenvolvimento neurológico, prejudicando, principalmente, a capacidade de interação social, comunicação verbal e não verbal, além do comportamento. “O autismo é um transtorno que apresenta dois eixos principais: a dificuldade de relacionamento e a dificuldade de comunicação social, além da tendência a um comportamento repetitivo e estereotipado. É importante lembrar que todo o transtorno tem que causar um problema, se tornar, literalmente, um transtorno para a pessoa”, explica o neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe.
E este é o tema da matéria principal da terceira edição de 2022 do Pequeno Príncipe News, em alusão ao mês de conscientização do autismo. Esta edição do news também apresenta uma notícia sobre os óculos de realidade virtual, que colaboram no combate da dor e estão em uso no Pequeno Príncipe. Os óculos começaram a ser utilizados na UTI da Cardiologia e, depois de uma experiência bem-sucedida, o equipamento passou a ser usado em pacientes de outros serviços. “O objetivo é realmente diminuir a ansiedade e a dor das crianças. Os óculos de realidade virtual tiram a criança do ambiente estressante em que ela se encontra e a transportam para uma outra realidade, permitindo que os procedimentos sejam feitos de forma mais harmoniosa”, observa a médica Rita de Cássia Rodrigues Silva, da UTI da Cardiologia.
A terceira matéria do Pequeno Príncipe News é a respeito do primeiro caso publicado da síndrome poliglandular autoimune tipo 1 (APS1) após uma pneumonia por COVID-19, que foi diagnosticado em Curitiba pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. A síndrome se manifestou em irmãos que estavam internados para tratamento no Hospital Pequeno Príncipe. O caso foi publicado no Journal of Clinical Immunology, que se concentra em pesquisas que investigam imunologia por meio de pesquisa básica, translacional ou estudos clínicos. “Apesar do momento difícil, da internação por COVID-19, os pais entenderam a importância de buscar uma explicação para os sintomas que os meninos apresentavam desde pequenos. Graças a isto, eles tiveram uma resposta”, argumenta a imunologista pediátrica Carolina Prando, que liderou a equipe médica que conduziu o tratamento dos irmãos.